O Breves Notas voltou.
Sei que andei perdido nos últimos tempos (algo em torno de uns 10 anos). Sei que perdi o toque ácido na minha escrita. Meu estilo foi substituído por tristeza e amargura. Algo se perdeu. Bem feito para mim.
Quem mandou eu aceitar trabalhar em um banco!
Enquanto eu lido com o estresse pós-traumático de trabalhar ao lado das pessoas mais burras da população (com as devidas exceções é claro), descobri que acordei em uma realidade paralela.
Ainda estou tentando entender o que está acontecendo. A sequência de eventos não faz o menor sentido.
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A maior potência do mundo elegeu um apresentador de talk-show para a presidência (não aprenderam nada quando elegeram um ator?);
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Não satisfeitos elegeram um senhor com claras evidências de senilidade severa que não retém suas capacidades cognitivas e físicas em um grau notável;
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Colocaram como diretor-geral da Organização Mundial de Saúde um sujeito que fez carreira no Ministério da Saúde da Etiópia. Repito: ETIÓPIA! E deixaram uma gripe gravíssima se transformar em uma pandemia?
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E enquanto o mundo desce a ladeira vocês estão brigando entre si por causa de política, política racial, política de gênero e não-sei-mais-o-que na internet.
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Bon anniversaire, La Peste!
Um ano depois da misteriosa doença atingir Oran, a devastação começa a diminuir. E nesse momento de esperança, Dr. Bernard Rieux precisa lidar com mais tragédias, a morte de Tarrou e de sua própria esposa.
“A Peste”, de Camus, tornou-se de novo um líder de vendas. Ninguém aprendeu nada com o livro antes, não aprenderão agora. Aliás, não aprender nada com a história é a sensação do momento.
Não somos responsáveis pelas tragédias que nos cercam, mas podemos ser responsáveis pela forma com que respondemos a elas.
O mundo agora se resume a pequenos atos de heroísmo suplantados pela larga covardia da população. Seus ídolos se especializaram em fazer a coisa certa na hora errada. Portanto todos os atos podem ser celebrados e aplaudidos por vocês, porque todos os atos em si estão certos.
Tentar explicar os paradoxos é tarefa ingrata. Se não fosse pelos ataques de raiva e ignorância do grande público, também seria tedioso.
Rangam seus dentes o quanto quiserem, justiceiros da tolerância, justiça e igualdade. Não muda o fato de vocês estarem errados.
Enquanto vocês discutem quem está mais certo, pessoas morrem provando o quão errado todos estão.
O mundo acabou e o inferno congelou!
Se alguém ainda tem dúvida de que o mundo acabou e o inferno congelou, venho aqui trazer paz para seus corações.
Eu tenho um canal no Youtube.
Portanto, ponto pacífico nessa questão.
Um ano de peste, milhões de mortes, e o Breves Notas voltou. Aniversários precisam ser marcantes.
Textos sempre foram o pior negócio da história. Espero que meus leitores continuem se seguindo porque, ao menos, você escapa das discussões nas redes sociais e podem vir aqui dizer que eu estou errado.
E, provavelmente, estarão certos, só que não.
Um grande abraço.
Lefebvre